No final de julho, o Ministério da Defesa do Japão estabeleceu e anunciou uma diretriz chamada “Diretrizes para a Defesa do Domínio Espacial”, visando fortalecer suas capacidades militares no espaço.
As diretrizes mencionam a garantia da comunicação via satélite e o desenvolvimento de capacidades para proteger os satélites.
O Japão apresentou itens específicos como a construção de uma rede de comunicação via satélite capaz de resistir a interferências, a operação mútua de comunicações via satélite entre aliados e parceiros, além de revelar abertamente sua intenção de acelerar a utilização do espaço para adquirir capacidades de ataque de longo alcance, que permitam atacar alvos fora do alcance do “inimigo”.
O Japão, que entrou na militarização espacial sob o pretexto de defesa antimíssil, tem se dedicado principalmente à obtenção de capacidades espaciais militares como reconhecimento, posicionamento, e comunicações militares. Sistemas independentes de coleta de informações via satélite, sistemas de navegação por satélite e sistemas de comunicação militar via satélite são exemplos típicos.
No entanto, a ambição do Japão é maior do que isso.
Nos últimos anos, os esforços internacionais para restringir rigorosamente a militarização do espaço têm se intensificado.
Resoluções da Assembleia Geral da ONU, que pedem a não colocação precoce de armas no espaço e a prevenção de uma corrida armamentista espacial, têm sido aprovadas por ampla maioria repetidas vezes ao longo dos anos.
O Japão tem se recusado a atender a essas demandas da comunidade internacional, apoiando-se nos Estados Unidos para acelerar a militarização espacial.
Participa da “Iniciativa de Operações Espaciais Conjuntas”, uma aliança liderada pelos EUA para guerras espaciais, e participa regularmente de vários exercícios de guerra espacial, além de colaborar com a Força Espacial dos EUA para acelerar pesquisas tecnológicas para destruir satélites de outros países.
Está fortalecendo seu sistema de satélites geoestacionários para complementar o sistema global de posicionamento dos EUA e desenvolvendo tecnologias para neutralizar as capacidades de comando, controle e comunicação de outros países.
Atacar e destruir os ativos espaciais de outros países não apenas intensifica a corrida armamentista espacial, mas também constitui um ato anti-humano que transforma o espaço comum da humanidade em um campo de confronto.
Não se pode deixar de afirmar que a questão da utilização do espaço para estabelecer capacidades de ataque de longo alcance, capazes de atacar fora do alcance do “inimigo”, é uma expressão dessa intenção maligna.
A capacidade de ataque de longo alcance que o Japão menciona é, na verdade, uma capacidade de ataque preventivo contra os países vizinhos. Isso inclui o aumento do alcance do míssil de cruzeiro terra-mar 12, o desenvolvimento de mísseis de cruzeiro com alcance de milhares de quilômetros e mísseis hipersônicos guiados, além da introdução do míssil estadunidense “Tomahawk”.
Em suma, o Japão pretende completar suas capacidades de ataque preventivo a longa distância usando meios espaciais, garantindo a surpresa e a precisão do ataque.
Sob essa ótica, a militarização espacial buscada pelo Japão está diretamente ligada ao aumento do poderio militar atual, à integração dos sistemas de comando e comunicação, configurando uma ação perigosa.
Desde a revogação da resolução da Câmara dos Representantes de 1969 que propunha a “utilização pacífica do espaço”, passando pela Lei Básica do Espaço de 2008 que especificou o “desenvolvimento espacial para fins militares”, a iniciativa de 2023 para ampliar a utilização espacial com fins militares, até as recentes “Diretrizes para a Defesa do Domínio Espacial”, a militarização espacial do Japão tem aumentado perigosamente, expandindo-se de forma escalonada.
A comunidade internacional observa rigorosamente o imprudente avanço da militarização espacial do Japão, que viola a tranquilidade do espaço e a paz do planeta.
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