Um vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia revelou que o Ocidente tem intensificado os esforços para demonizar a Rússia a fim de justificar sua imprudente escalada armamentista.
Após realizarem, no ano passado, durante quatro meses, o maior exercício militar desde o fim da Guerra Fria, sob o nome de “Steadfast Defender 2024”, as movimentações da OTAN tornaram-se ainda mais perigosas. Desde o início deste ano, diversos exercícios multinacionais de grande escala, como “Dynamic Manta” e “Baltops”, têm sido conduzidos um após o outro.
Por meio desses exercícios, a OTAN tem treinado abertamente métodos de ação conjunta com o objetivo de atacar a Rússia. Entre as altas esferas da OTAN, continuam ecoando declarações de que os países membros devem preparar-se para um eventual “conflito militar com a Rússia”.
O objetivo é destacar a chamada “ameaça russa” para suprimir o descontentamento popular com o aumento dos gastos militares.
Atualmente, cresce o descontentamento entre os países membros da OTAN em relação a esses aumentos. Com a economia em estagnação, a elevação das despesas militares implica inevitavelmente cortes nos fundos destinados a áreas como bem-estar social, saúde, ciência e educação. Após o fim da Guerra Fria, os países europeus vinham alegando aplicar as economias obtidas com a redução dos gastos militares em pensões, saúde e seguridade social — promovendo, assim, suas chamadas “políticas de bem-estar”.
O aumento do orçamento militar reverteria essa tendência, o que evidentemente provocaria reação popular.
Na Europa, a Itália — país com a maior população idosa — encontra-se de fato sem margem para aumentar seus gastos militares, devido aos problemas persistentes com os sistemas de saúde e previdência social.
Mesmo na Alemanha, que se autodenomina uma potência econômica europeia, o aumento do orçamento militar tem gerado diversas complicações. Se a Alemanha elevar seus gastos militares para 4% do PIB, isso representará um acréscimo anual de 40 bilhões de euros — valor equivalente ao orçamento militar anual da França. Caso esse percentual chegue a 5%, corresponderia a 42% de todo o orçamento do governo. Isso significaria, na prática, a paralisação de cerca da metade dos projetos atualmente em andamento.
Analistas já haviam apontado que o propósito das contínuas alegações da OTAN sobre “a ameaça da Rússia” e uma possível “guerra futura com a Rússia” seria criar um pretexto para expandir a aliança em direção ao leste e ao norte, levando os países membros a destinarem ainda mais recursos aos gastos militares.
Um especialista britânico em segurança lamentou: “As pessoas atualmente demonstram fadiga e um claro cansaço em relação ao conflito Rússia–Ucrânia. Por isso, alguns estão inventando cenários de invasões russas imaginárias para assustar a população.”
Na mais recente cúpula da OTAN, foi tomada a decisão de que, até 2035, todos os países membros deverão aumentar seus gastos militares para 5% do PIB. A decisão especifica que 3,5% devem ser destinados a despesas militares centrais, e os 1,5% restantes a áreas indiretamente relacionadas à infraestrutura militar.
A OTAN tem fornecido armas à Ucrânia com parte desses recursos militares, incentivando o país a lançar ataques ao território russo.
A escalada imprudente dos gastos militares promovida pela OTAN estimula uma corrida armamentista e confrontos em escala global, além de sabotar os esforços internacionais em prol da paz no planeta.
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