domingo, 18 de maio de 2025

Tentar escapar da ruína por meio da guerra e do confronto é um artifício típico do imperialismo

A humanidade está testemunhando o período mais caótico e violento desde a Segunda Guerra Mundial. Crises geopolíticas que aumentam o risco de uma nova guerra mundial estão surgindo em várias partes do mundo, ameaçando gravemente a paz e a segurança internacionais, assim como todos os campos de atividade humana.

No Oriente Médio e na Europa, as contradições e confrontos provocados pelos imperialistas ultrapassaram o ponto de ruptura, resultando em guerras devastadoras e desastres catastróficos. No Oriente Médio, os ataques militares indiscriminados de Israel estão ampliando o conflito e o número de vítimas continua crescendo. A Faixa de Gaza foi reduzida a ruínas, e o Líbano, assim como países vizinhos, transformou-se em campo de batalha. Na Europa, os sons de tiros e explosões não cessam. Muitos países expressaram preocupação com os conflitos armados que se intensificam nessas regiões.

Na região da Ásia-Pacífico, blocos militares agressivos voltados contra países soberanos e independentes estão sendo expandidos e fortalecidos. Exercícios de guerra nuclear, bilaterais e multilaterais, com o uso de vastos recursos estratégicos nucleares, estão sendo abertamente conduzidos. A situação na região tornou-se tão tensa que uma guerra nuclear pode estourar a qualquer momento.

O ambiente de segurança mundial está, literalmente, em constante deterioração, e este planeta transformou-se em um campo caótico de confrontos e guerras.

Isso se deve às manobras dos imperialistas, que, ao agravar intencionalmente a situação, estão tentando sair desesperadamente do atoleiro de uma grave crise político-econômica ao provocar confrontos e guerras.

O imperialismo enfrenta um beco sem saída tanto no exterior quanto internamente. Tendo enganado o mundo com a alegação de que o capitalismo seria a "etapa final eterna" do desenvolvimento da sociedade humana, o imperialismo afunda profundamente no abismo do declínio.

A política de força dos imperialistas já não surte efeito. No passado, eles impunham arbitrariamente sua vontade a outros países, apoiados por seu poderio militar. Mas agora, muitos países estão fortalecendo seu poder e levantando-se contra a dominação e os abusos dos imperialistas.

Além disso, a mudança na estrutura de poder na região da Ásia-Pacífico está tornando muito instável a posição deles. O imperialismo estadunidense, líder do imperialismo, tem entrado em confronto com as grandes potências da região em diversas frentes — política, econômica, diplomática e militar — e, para subjugar esses países e enfraquecer sua influência, tem unido forças com aliados como o Japão e a República da Coreia. No entanto, já não é mais possível reverter o equilíbrio de poder que se inclinou desfavoravelmente para eles.

Também entre os países ocidentais aliados dos EUA estão surgindo sinais de mudança. Os países europeus não veem com bons olhos o fato dos Estados Unidos sacrificarem seus aliados sem hesitação para proteger seus próprios interesses econômicos. Por ocasião do conflito na Ucrânia, manifestaram abertamente seu descontentamento com a imposição de preços elevados sobre a energia proveniente dos Estados Unidos.

No cenário da ONU, as palavras dos EUA já não têm o mesmo peso. Após o início do conflito em Gaza, diversas resoluções condenando os atos de Israel foram apresentadas ao Conselho de Segurança das Nações Unidas, contrariando os desejos dos Estados Unidos. A era em que os Estados Unidos agiam como soberanos do mundo já passou.

Nem mesmo o poderio militar, considerado pelo imperialismo estadunidense como o principal pilar estratégico e solução universal para manter sua hegemonia global, está conseguindo sustentar o império. A retirada apressada do Afeganistão e a entrega do poder ao Talibã demonstraram claramente que o suposto poder militar dos Estados Unidos não passa de um blefe.

Apesar de estender suas forças militares a várias regiões do mundo para concretizar suas ambições hegemônicas, o imperialismo estadunidense pouco tem conseguido alcançar. Pelo contrário, tem apenas multiplicado seus inimigos. O número de países que demonstram abertamente ressentimento e aversão contra os Estados Unidos — considerados a raiz do mal — cresce dia após dia.

Os EUA e os países ocidentais também estão afundados em uma grave crise interna.

A dívida pública e o déficit fiscal estão aumentando, conduzindo a economia a um colapso do qual não pode escapar. A dívida nacional dos Estados Unidos já ultrapassou 35 trilhões de dólares. A situação dos demais países ocidentais não é muito diferente.

Os políticos ocidentais, sem exceção, discutem a questão econômica, e o ponto comum entre eles é que partem do reconhecimento de que a economia está em estado de estagnação, tentando falar de supostas formas de superar a crise. No entanto, enquanto o sistema não for mudado, não importa quem esteja no poder — será impossível resolver a crise econômica. A crescente taxa de desemprego, a inflação monetária em alta e o agravamento da desigualdade entre ricos e pobres comprovam essa realidade.

A tendência de multipolarização do mundo também está desmantelando a velha estrutura e ordem das relações internacionais, acelerando o colapso do imperialismo.

Os países em desenvolvimento estão rejeitando a ordem exploradora imposta pelos imperialistas e se orientando para uma nova ordem. Um número considerável de países está fortalecendo a cooperação regional e promovendo a solidariedade com países independentes. Os métodos imperialistas de penetração econômica unilateral e de políticas de subjugação estão cada vez mais ineficazes.

O imperialismo está enfrentando uma das crises político-econômicas mais agudas de toda a sua história. O destino que o aguarda é a destruição.

Os imperialistas estão buscando uma saída para essa crise por meio do confronto e da guerra de agressão. Tentar escapar da ruína através da guerra e do conflito é o método clássico do imperialismo.

A crise político-econômica que se aprofunda incessantemente no mundo ocidental está levando o imperialismo a militarizar sua economia e a seguir pelo caminho do confronto e da guerra. Ao impor políticas de confronto e guerras, é possível desviar momentaneamente a atenção da opinião pública e, por meio das encomendas militares estatais, abrir temporariamente canais de escoamento econômico. É justamente por isso que o imperialismo se agarra ainda mais às políticas de agressão e guerra.

O imperialismo, por sua própria natureza, torna-se mais reacionário e agressivo quanto mais se vê encurralado por uma crise, e tende a lutar desesperadamente para manter sua sobrevivência.

A história comprova que os imperialistas sempre desencadearam guerras de agressão sempre que enfrentaram crises político-econômicas graves. A eclosão da Primeira Guerra Mundial, assim como a deflagração da Segunda Guerra Mundial, teve como causa fundamental as crises internas nos países capitalistas. A guerra da Coreia, na década de 1950, também esteve relacionada às manobras do imperialismo estadunidense para tentar escapar de sua crise.

Mesmo depois disso, os imperialistas continuaram ateando o fogo da guerra de agressão em diversas partes do mundo, tentando se livrar de suas crises político-econômicas persistentes.

Segundo dados divulgados publicamente, entre o fim da Segunda Guerra Mundial em 1945 e o ano de 2001, ocorreram 248 conflitos armados em 153 regiões do mundo, dos quais 201 — cerca de 81% — foram iniciados pelos Estados Unidos. Para sustentar essas guerras, o imperialismo estadunidense estendeu seus tentáculos militares por todo o planeta, instalando centenas de bases militares em pelo menos 80 países e regiões. Desde 2001, sob o pretexto da “guerra antiterrorista”, os Estados Unidos provocaram conflitos ou realizaram operações militares em mais de 80 países, causando inúmeras vítimas.

Com isso, os Estados Unidos colheram lucros imensos. Companhias petrolíferas estadunidenses puderam expandir seus negócios no Oriente Médio, e, por meio de guerras como a do Golfo e a do Iraque, os Estados Unidos subjugaram países que se recusavam a se submeter, consolidando sua segurança energética — um exemplo representativo de sua estratégia.

Os estrategistas do imperialismo declaram abertamente que somente através da expansão militar é possível proteger a segurança político-econômica do país, que somente por meio da intimidação os outros países podem ser forçados à submissão, e que o confronto e a guerra são os meios mais eficazes para escapar de crises. Para eles, a guerra é considerada uma linha vital.

Não é por acaso que o historiador francês Thomas Rabino afirmou: “A guerra tornou-se uma parte inseparável da história dos Estados Unidos. Em vez de dizer que os Estados Unidos travaram guerras continuamente desde a sua fundação, seria mais apropriado dizer que foi a guerra que criou os Estados Unidos. O país que conhecemos hoje nasceu das guerras travadas pelos Estados Unidos, e o futuro do país será moldado pelas guerras que ainda travará.”

Os imperialistas, diante do agravamento das crises político-econômicas atuais, estão revelando de forma cada vez mais explícita sua natureza agressiva e intensificando a tensão internacional.

Eles estão aumentando maciçamente seus orçamentos militares e acelerando o desenvolvimento de armamentos de alta tecnologia. Os gastos militares dos Estados Unidos já superam o total combinado dos nove países que os seguem na lista de maiores orçamentos militares. Para o ano fiscal de 2025, o orçamento militar dos Estados Unidos representa 12% de todas as despesas governamentais, superando em muito o nível dos demais países.

Com vistas à guerra, os Estados Unidos continuam expandindo suas alianças militares e intensificando, em escala crescente, os exercícios conjuntos com seus aliados. Em 2011, o Comando do Indo-Pacífico dos Estados Unidos liderou 146 exercícios militares envolvendo forças armadas dos EUA e de seus aliados. A OTAN, por sua vez, realizou 88 exercícios militares em 2020. Desde então, a frequência dessas provocações militares dos Estados Unidos e seus aliados aumentou significativamente.

A expansão da OTAN não parou e seu raio de atuação tem se estendido até a região da Ásia-Pacífico. Nos últimos anos, os Estados Unidos formaram blocos como o Quad e o AUKUS, buscando diversificar a estrutura de alianças regionais e criar uma gigantesca aliança militar integrada na região.

Os Estados Unidos estão intencionalmente fomentando o agravamento da situação e provocando confrontos, chegando ao ponto de travar guerras por procuração, empurrando seus aliados para a linha de frente. Essa tática clássica — fazer com que outros derramem sangue enquanto eles lucram enormemente — já foi amplamente revelada em ambas as guerras mundiais, nas guerras do Oriente Médio e em diversos conflitos regionais.

Atualmente, os Estados Unidos continuam forçando a Ucrânia a travar uma guerra por procuração na Europa. Sem enviar diretamente suas tropas para a zona de conflito, os Estados Unidos estão manipulando a situação do campo de batalha por meio do fornecimento massivo de ajuda militar e de informações estratégicas. Isso equivale, na prática, à participação direta na guerra. Estão fornecendo à Ucrânia vastos recursos militares e desenvolvendo continuamente armamentos conforme as necessidades da Ucrânia e a evolução do cenário de guerra.

Os imperialistas estão se agarrando de forma cada vez mais frenética à militarização da economia e às políticas de confronto e guerra. A economia de todo o mundo ocidental está avançando rapidamente no caminho da militarização. No entanto, nenhuma dessas manobras desesperadas do imperialismo poderá salvar o sistema capitalista de sua crise profunda.

Quanto mais os imperialistas se debatem, mais cresce, proporcionalmente, a capacidade de dissuasão militar dos países independentes. E, com isso, acelera-se ainda mais a derrocada do imperialismo, que engordou por meio da agressão e do saque.

Ri Hak Nam

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