Recentemente, surgiram resultados de pesquisas apontando que, com o aquecimento global, a água em terra firme está se esgotando rapidamente. Somente entre 2000 e 2002, perdeu-se uma quantidade de água suficiente para encher 650 milhões de piscinas grandes, e esse fenômeno tem continuado desde então, chegando a um ponto irreversível. Cientistas afirmam que isso se deve, entre outras razões, ao aumento acentuado da temperatura desde o ano 2000, o que intensificou a evaporação da água. Eles preveem que esse aumento na evaporação causado pela elevação das temperaturas pode provocar secas e crises alimentares em várias partes do mundo.
Também foi levantada a hipótese de que a recente frequência de incêndios florestais em escala global esteja relacionada à extrema escassez de umidade no solo.
Meteorologistas afirmam que, nos últimos anos, o clima da Terra tem se tornado cada vez mais instável e que fenômenos climáticos extremos estão ocorrendo com mais frequência, o que indica que o aquecimento global está avançando em uma velocidade sem precedentes. Eles analisam que isso significa um aumento do risco de danos causados por fenômenos climáticos.
Por outro lado, também foram divulgados dados apontando que as geleiras, antes chamadas de “gelo eterno”, estão ameaçadas de desaparecer devido ao aquecimento global. Desde a Groenlândia até a cordilheira do Himalaia na Ásia, os Alpes na Europa e os Andes na América do Sul, as geleiras estão derretendo. E a velocidade desse derretimento está aumentando.
Apenas nos Alpes, quase 40% das geleiras desapareceram desde o início do século XXI. Diz-se que, na região onde se encontra a maior geleira — com 20 km de comprimento e 10 bilhões de toneladas de peso —, vastas áreas estão agora expostas como rochas cinzentas.
Um grupo de pesquisa científica da Suíça afirmou que, se as mudanças climáticas continuarem nesse ritmo, o gelo desaparecerá por completo, restando apenas vales cinzentos.
Segundo a Organização Meteorológica Mundial, o período entre 2022 e 2024 foi o de maior redução de geleiras em três anos de toda a história das observações.
No ano passado, a temperatura média global aumentou 1,55 °C em comparação com o período pré-Revolução Industrial, ultrapassando pela primeira vez o limite estabelecido no Acordo de Paris de 2015, que visa conter a crise climática.
As geleiras desempenham o papel de reservatórios de água neste planeta, pois a água que delas escorre garante a sobrevivência de bilhões de pessoas ao redor do mundo. Especialistas afirmam que, se as geleiras continuarem derretendo em um ritmo imprevisível como agora, cerca de 2 bilhões de pessoas poderão enfrentar crises hídricas e alimentares, além de um aumento do risco de desastres naturais, como deslizamentos de terra.
Recentemente, por ocasião do Dia Mundial da Água, a ONU estabeleceu como tema deste ano a preservação das geleiras. Um representante das Nações Unidas enfatizou que a preservação das geleiras não é apenas uma exigência ambiental e socioeconômica, mas uma questão de sobrevivência da humanidade.
Os recursos hídricos e a produção de alimentos estão estreitamente relacionados. Segundo um relatório divulgado no ano passado por uma organização internacional, cerca de 3 bilhões de pessoas e inúmeras regiões produtoras de alimentos ao redor do mundo estão sofrendo com a seca ou enfrentam instabilidade no acesso à água. Além disso, estima-se que, até 2050, mais da metade do setor global de produção de alimentos estará sob grave ameaça.
Não se pode pensar na sobrevivência da humanidade e no progresso da civilização sem a água. A dura realidade exige que todos os habitantes deste planeta se levantem e se envolvam nas ações de combate ao aquecimento global.
Ho Yong Min
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