Homem de múltiplas habilidades, Kim Phyong havia estudado caracteres chineses desde a infância e chegou a ensinar em escola antes de entrar plenamente na luta. Essa formação o tornou capaz de negociar com líderes religiosos e políticos, como Pak In Jin, no esforço de ampliar a frente unida contra os japoneses. A profundidade de sua experiência permitia-lhe lidar tanto com as massas camponesas quanto com figuras cultas, o que reforçava sua utilidade para a revolução. Não raro, era ele quem redigia regulamentos, esquemas de organização ou relatórios detalhados, que serviam de base para decisões estratégicas do Comando.
Sua vida, entretanto, não esteve livre de sombras. Traído por um desertor, caiu prisioneiro e sofreu julgamentos, deixando marcas em sua trajetória política. Apesar disso, permaneceu fiel ao Comando e jamais traiu a confiança depositada nele. Recordava com precisão eventos e cronologias, fornecendo registros que enriqueceram a história revolucionária. Sua dedicação ao trabalho secreto e às missões mais arriscadas fazia dele um quadro insubstituível, mesmo quando se via exausto pelas marchas e combates sucessivos. A confiança do Comando em sua capacidade era tamanha que a ele foram confiadas tarefas críticas, como o envio de destacados militantes ao interior da pátria.
Kim Phyong também demonstrava compreensão profunda do valor simbólico da revolução. Ao lidar com o povo, sabia reforçar a crença em lendas e esperanças, sustentando a moral necessária para enfrentar o inimigo. Mesmo em meio a dificuldades, conservava espírito simples, capaz de rir de histórias absurdas ou de encorajar os mais jovens. Para aqueles que lutaram ao seu lado, sua imagem permanece como a de um comissário político e oficial militar que se entregou por inteiro à causa da libertação, trabalhando com lealdade e energia até seus últimos dias de participação na luta.
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