domingo, 2 de novembro de 2025

A competição pelo desenvolvimento de tecnologias de inteligência artificial torna-se cada vez mais acirrada

Em 2030, prevê-se que a tecnologia de inteligência artificial aumentará significativamente o valor da produção e trará um lucro de 15,7 trilhões de dólares à economia mundial.

Atualmente, a tecnologia de inteligência artificial está se desenvolvendo a uma velocidade surpreendente. Como resultado, em vários setores, tornam-se evidentes efeitos econômicos como economia de mão de obra e de custos, bem como melhoria da qualidade. Muitos países estabeleceram como política nacional o desenvolvimento e a introdução da tecnologia de IA, concentrando esforços nesse sentido. Instituições de educação científica relacionadas ao tema também aumentam dia após dia.

Há pouco, numa pequena cidade da Alemanha, realizou-se a cerimônia de início das obras de um centro de inovação em tecnologia de inteligência artificial. A área do terreno equivale ao tamanho de 42 campos de futebol, e o número de funcionários ultrapassará 5.000. Afirma-se que ali será criado um ecossistema tecnológico dedicado à pesquisa, educação e aplicação prática da inteligência artificial.

A imprensa prevê que essa pequena cidade, com 130 mil habitantes, se tornará a capital europeia do desenvolvimento de tecnologia de IA. Por outro lado, surgem opiniões céticas alegando que a Europa ainda não possui condições tecnológicas e financeiras para alcançar os países mais avançados nesse setor.

Neste contexto, a União Europeia decidiu investir enormes somas para melhorar o baixo nível de utilização de tecnologia de IA pelas empresas europeias. Também apresentou uma estratégia abrangente para ampliar o uso dessa tecnologia em setores-chave, como robótica, saúde, indústria farmacêutica, energia e manufatura. Essas medidas refletem a posição de reduzir a dependência em relação aos Estados Unidos e à China e fortalecer a autonomia tecnológica da Europa. Atualmente, apenas 13,5% das empresas da União Europeia adotaram tecnologia de IA, e entre elas, as pequenas e médias empresas representam apenas 12,6%. A intenção é superar essa situação insatisfatória.

Em diversos países, a tecnologia de inteligência artificial desempenha um papel essencial na melhoria dos métodos educacionais.

Há pouco, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) concedeu prêmios a quatro iniciativas que introduziram tecnologias avançadas no setor educacional. O prêmio foi criado em 2005 e é concedido a indivíduos e organizações que utilizam ativamente a tecnologia de IA para aprimorar métodos de ensino e aprendizagem. Um comitê internacional composto por cinco especialistas renomados realiza a avaliação. Até agora, indivíduos e organizações de 21 países já receberam o prêmio e o valor correspondente.

Diz-se que as iniciativas premiadas desta vez contribuíram significativamente para que centenas de milhares de professores e estudantes recebessem educação em tecnologia de inteligência artificial. Entre elas, uma é “Promoção da consciência cívica por meio da tecnologia de IA”, um programa educativo cívico e acadêmico sobre IA destinado a jovens de 10 a 18 anos. Outra é “Fortalecimento da liderança comunitária para a integração responsável da tecnologia de IA”, que, com base na inclusão da disciplina de IA como matéria obrigatória no currículo, contribuiu para prestar apoio ao estudo a mais de 90 mil alunos por ano em 540 escolas secundárias e para formar centenas de professores especializados.

Na cerimônia de premiação, o Diretor-Geral da UNESCO afirmou que ficou comprovado que as tecnologias avançadas devem ser utilizadas de maneira a contribuir para a educação. Ao mesmo tempo, enfatizou que a organização continuará envidando esforços para garantir que a tecnologia de IA seja introduzida em conformidade com os princípios éticos.

Há muito tempo, especialistas defendem que, se a tecnologia de IA for utilizada corretamente, poderá fornecer uma nova força motriz ao desenvolvimento social e trazer bem-estar à humanidade; porém, se for abusada, poderá causar uma catástrofe inimaginável.

A esse respeito, desde 2018, a UNESCO tem dado prioridade à questão ética na introdução da tecnologia de IA, estabelecendo um arcabouço jurídico internacional relacionado ao tema. Em 2023, apresentou diretrizes sobre tecnologia de IA generativa no campo da educação e da pesquisa; e em 2024, publicou dois arcabouços de competências em IA, levando em consideração tanto os aspectos positivos quanto negativos que ela envolve.

Na reunião dos ministros das Relações Exteriores dos países do BRICS, realizada no final de setembro, ouviu-se o apelo para impulsionar a inovação em tecnologia de IA com a participação prática dos países em desenvolvimento.

Os ministros das Relações Exteriores defenderam que essa tecnologia deve servir a bons propósitos para todos. Mencionaram também que deve ser utilizada para resolver questões sociais, econômicas e linguísticas, superar desafios culturais e fortalecer a capacidade dos países em desenvolvimento. Eles apelaram para o estabelecimento de normas e arcabouços jurídicos globais relacionados ao uso seguro e transparente de tecnologias de informação e comunicação, bem como à prevenção do crime cibernético, da disseminação de desinformação e do abuso de tecnologias digitais. Atualmente, os países membros do BRICS apresentam e implementam iniciativas de cooperação nas áreas de saúde digital, fabricação de vacinas e compartilhamento de conhecimento.

À medida que a tecnologia de inteligência artificial, como tecnologia de ponta, atrai atenção mundial, a competição entre países para assumir a hegemonia nesse campo torna-se cada vez mais intensa.

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