Isso equivale a eliminar até mesmo os últimos dispositivos formais que ainda restringiam a exportação de armas, sendo uma tendência que não pode ser ignorada.
O Japão, apesar de ser um país derrotado na guerra e proibido de se remilitarizar, tem enganado interna e externamente por meio de manobras ardilosas, avançando desenfreadamente rumo à expansão militar; agora, chega ao ponto de tentar vender armamentos letais a outros países.
Nos anos 1960 e 1970, os governantes japoneses falavam de “pacifismo” enquanto apresentavam slogans como “Três Princípios de Exportação de Armas” e “Ampliação Total do Princípio de Proibição de Exportação de Armas”; mas tudo isso não passava de uma fachada para encobrir seus movimentos de remilitarização. Sob o pretexto da “defesa exclusiva” e da “nacionalização dos equipamentos armamentistas”, o Japão reduziu e ocultou sua posse de forças armadas afirmando que se mantinha apenas dentro do “mínimo necessário”, enquanto fortalecia e expandia amplamente, nos bastidores, sua indústria militar.
Já no século XXI, abriu a comporta da exportação de armas sob justificativas como “fins humanitários” e “contribuição internacional”, e também aboliu os “Três Princípios de Exportação de Armas”, substituindo-os pelos “Três Princípios de Transferência de Equipamentos de Defesa”. O objetivo final disso era impulsionar ativamente a expansão para o exterior, elevar o nível de produção e da base tecnológica da indústria bélica a um patamar avançado e, assim, realizar a militarização em grande escala.
A proibição contida nos “Três Princípios de Transferência de Equipamentos de Defesa” — ou seja, não comerciar armas com países sob sanções de resoluções da ONU, nem com países envolvidos em conflitos, e especialmente não exportar armamentos letais — era apenas uma artimanha para aliviar a desconfiança interna e externa. Além disso, há a cláusula adicional: “Porém, no caso de desenvolvimento e produção conjuntos internacionais, faz-se exceção.”
Nas leis japonesas que deveriam restringir a remilitarização, sempre aparece uma cláusula excepcional iniciada por “porém”; ela os acompanha como uma sombra. Os “Três Princípios de Transferência de Equipamentos de Defesa” também contêm esse tipo de cláusula. É a típica artimanha japonesa, a quintessência de sua astúcia. As autoridades japonesas, brandindo essa cláusula excepcional como uma varinha mágica, têm realizado a exportação de armamentos letais sob pretextos como o desenvolvimento conjunto de caças de próxima geração com o Reino Unido e a Itália, ou o desenvolvimento conjunto de novos navios de combate com a Austrália.
E não é só isso. Inseriram ainda nas diretrizes operacionais a disposição de que, mesmo para armamentos finalizados produzidos domesticamente, estes podem ser exportados para países que tenham concedido ao Japão licença tecnológica e direitos de produção. Com base nisso, exportaram mísseis “Patriot” fabricados no próprio país para os Estados Unidos.
Isso, ao adotar a forma de passar pelos Estados Unidos, equivale a ter exportado armamentos letais para países em conflito, como a Ucrânia e Israel. Com isso, até mesmo o princípio de não exportar armas para partes envolvidas em disputas tornou-se totalmente ineficaz.
A atual tentativa das autoridades japonesas de abolir as restrições à exportação de armamentos nada mais é do que uma obstinada intenção de realizar também a exportação de outros armamentos letais que os governos anteriores não conseguiram concretizar. Ninguém pode negar que exportar para regiões e países que possuem questões de conflito latente armas letais como navios de combate de milhares de toneladas ou mísseis terra-ar de médio alcance do tipo 03 não significa aliviar tensões, mas sim incentivar confrontos.
O fato de que o Japão está correndo pela estrada dos “mercadores da morte”, recorrendo a todo tipo de intriga e artimanha, não tem como único objetivo lucrar.
É evidente que a expansão e o fortalecimento da indústria militar através da exportação de armas levarão ao estabelecimento de um Estado belicoso. O Japão procura lançar-se ativamente no mercado global de armas, adquirir tecnologias avançadas de produção militar e garantir uma capacidade de conduzir guerras que corresponda às exigências da guerra moderna.
O Japão está descartando a máscara de “Estado pacífico” e revelando de forma descarada sua verdadeira figura de Estado bélico.

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