quinta-feira, 17 de julho de 2025

A crescente influência dos BRICS

A 17ª Cúpula dos Chefes de Estado do BRICS foi realizada no Brasil.

Na reunião, foram trocadas opiniões entre os países-membros sobre questões relacionadas à saúde, comércio, inteligência artificial, mudança climática, segurança, entre outras, bem como sobre importantes situações da conjuntura política internacional. Foi adotada a Declaração da 17ª Cúpula dos Chefes de Estado. Além disso, foi aprovado o plano de trabalho para 2025–2028, com o objetivo de criar um sistema confiável de previsão de desastres naturais e fortalecer a capacidade de resposta a crises.

Esta cúpula do BRICS chamou a atenção de muitos países, pois foi realizada em meio a uma conjuntura internacional mais complexa do que nunca.

Como é amplamente conhecido, devido às manobras hegemonistas do Ocidente, conflitos e antagonismos estão se intensificando por toda parte no mundo, criando sérios obstáculos ao desenvolvimento independente dos países. No Oriente Médio, a instabilidade está se agravando e a paz vem sendo brutalmente destruída pelos crimes de Israel, que violam gravemente a soberania e a estabilidade dos países da região, incluindo a Palestina. Na Europa, a guerra continua em razão da conduta gananciosa do regime neonazista da Ucrânia e da manipulação dos bastidores por parte do Ocidente, que o protege e encoraja abertamente.

Nos países do Norte da África e da América Latina, a situação também não consegue entrar nos trilhos da estabilidade, enquanto crises alimentares e ambientais se agravam ainda mais.

Violência, confrontos, imposição de força e injustiça se alastram, mas os organismos internacionais permanecem impotentes diante disso.

O G7, tido como um conjunto de principais potências econômicas e países desenvolvidos, assim como a União Europeia, tenta explorar as oscilações imprevisíveis da situação internacional para realizar ambições hegemônicas e dominadoras, fomentando a deterioração do cenário. Com os atritos e divergências internas sobre interesses próprios vindo à tona, revela-se apenas de forma ainda mais clara sua fragilidade.

Tendo como pano de fundo essa conjuntura, a presente Cúpula de Chefes de Estado do BRICS expressou de forma clara a posição unânime dos países-membros sobre questões internacionais importantes.

Na declaração adotada durante a cúpula, o BRICS condenou os ataques indiscriminados perpetrados pelo regime neonazista da Ucrânia contra civis pacíficos e qualificou as ações militares arbitrárias de Israel como violações ao direito internacional e à Carta das Nações Unidas. Foi declarado que o exército israelense deve se retirar da Faixa de Gaza e que a paz deve ser restaurada. Também foi mencionado o repúdio às sanções econômicas unilaterais que violam o direito internacional e a todas as formas de atos terroristas.

Na reunião, os países-membros expressaram apoio à reforma abrangente da ONU, incentivaram o uso de moedas nacionais e enfatizaram a necessidade de transição para o uso de energia limpa.

Foi alcançado um acordo de princípio sobre a criação de uma agência espacial do BRICS. Os países declararam sua disposição para cooperar no setor farmacêutico e lutar conjuntamente para prevenir diversas doenças.

Com posições independentes diante de questões internacionais sensíveis e ampliando a cooperação mesmo sob ameaças e intimidações descaradas dos EUA, os membros do BRICS vêm recebendo o apoio de muitos países por seus esforços ativos.

A imprensa estrangeira avaliou que, em um momento em que a conjuntura internacional é mais instável do que nunca e o futuro é difícil de prever, os países do BRICS abriram um novo capítulo na cooperação diplomática.

Atualmente, o BRICS segue em constante expansão, demonstrando seu imenso potencial. Os países-membros representam quase metade da população mundial e 40% da economia global. O Produto Interno Bruto conjunto dos países do BRICS, calculado com base na paridade do poder de compra, supera significativamente o do G7 e de outras alianças internacionais. Muitos países vêm demonstrando interesse em estabelecer um diálogo sistemático com o BRICS.

Em fevereiro passado, a Conferência de Segurança de Munique publicou um relatório afirmando que uma ordem multipolar já começou a se estabelecer no mundo. Destacando que os países-membros do BRICS ocupam uma parte significativa no comércio mundial, na produção e na exportação de petróleo, o relatório apontou que essa ordem multipolar está promovendo não apenas uma redistribuição no plano material, mas também uma diversificação ativa no plano ideológico.

Até mesmo o mundo ocidental não pôde deixar de reconhecer que o BRICS surgiu com firmeza como um polo independente e influente que impulsiona o estabelecimento de uma nova ordem econômica internacional e a construção de um mundo multipolar. Há, inclusive, países que expressam interesse em cooperar com a organização.

A posição e a influência do BRICS no cenário internacional crescem a cada dia.

A realidade confirma claramente que, por mais severa que seja a conjuntura, o fluxo da tendência global voltada à independência não pode ser detido.

Un Jong Chol

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