Essa declaração pode ser entendida como uma denúncia das consequências negativas do chamado “neoliberalismo”, que empurrou o capitalismo a uma crise político-econômica insolúvel e agravou suas contradições sociais. Esse estudioso, de fato, já havia causado repercussão anos atrás no Ocidente ao publicar um texto afirmando que o liberalismo fracassara.
O “neoliberalismo” não se limitou ao campo econômico do capitalismo, mas permeou toda a atividade estatal e a vida social, sendo considerado uma das correntes representativas da teoria político-econômica burguesa contemporânea. O Ocidente tentou embelezá-lo como se fosse uma grande ideologia capaz de superar as contradições e crises em aprofundamento, exaltando a “livre concorrência” baseada na lei da selva. No entanto, essa pseudoteoria, ao aplicar à sociedade humana as regras brutais da sobrevivência animal, apenas acelerou a crise do capitalismo, revelou abertamente seu caráter antipopular e terminou em completo fracasso.
As críticas e condenações ao “neoliberalismo” crescem em escala mundial, enquanto até defensores burgueses admitem em desespero: “Se o Ocidente não reformar urgentemente seu sistema econômico em três ou quatro anos, o capitalismo chegará ao fim”.
Com o passar do tempo, a vida política no capitalismo torna-se cada vez mais reacionária, a vida material cada vez mais distorcida e a vida cultural-espiritual cada vez mais empobrecida, o que aguça ao extremo as contradições sociais. Mas nenhuma das teorias propostas por políticos e acadêmicos ocidentais — marcadas pela falsidade e pelo engano — consegue servir como saída real para a crise.
Nos últimos anos, no Ocidente, têm circulado sem parar teorias como a do “ciclo de crescimento e distribuição”, que afirma que é possível aumentar a produção e, ao mesmo tempo, a fatia de renda dos cidadãos; a da “aterrissagem suave”, que propõe impor certos limites ao laissez-faire; o “neoliberalismo constitucional”; e até mesmo uma corrente grotesca chamada “socialismo democrático”, que defende criar uma economia “benéfica tanto para capitalistas quanto para trabalhadores”.
Mas tais coisas servem apenas para confundir o pensamento das pessoas e para esconder de forma ainda mais hábil a essência da exploração, não podendo nunca resolver as contradições internas e a crise que se agravam a cada dia na sociedade reacionária.
Isso porque a ideologia capitalista não passa de sofismas inventados para justificar a ganância infinita do capital, sua autoexpansão, a exploração e a pilhagem contra as massas trabalhadoras.
A história do capitalismo é uma história de reforço incessante da exploração e da pilhagem contra o povo trabalhador para ampliar o lucro.
Quanto maior se tornou a ganância pelo lucro, mais severa foi a opressão contra as massas, mais se aprofundou o antagonismo entre a classe capitalista e as massas do povo trabalhador, e mais se agravou o fosso entre ricos e pobres.
Os teóricos burgueses, para abafar o descontentamento popular causado pelo aumento das contradições sociais e para encobrir o caráter reacionário do capitalismo, inventam todo tipo de pseudoideologias.
Todas as doutrinas e teses apresentadas pelos defensores da burguesia têm sua raiz na chamada “democracia liberal”, que foi concebida para enfeitar a democracia burguesa, distorcida e deformada segundo o gosto da classe capitalista, a partir dos conceitos de liberdade, igualdade, direitos humanos e democracia que as massas trabalhadoras aspiravam.
Os defensores burgueses afirmam com veemência que, graças à “democracia liberal”, a vida e a propriedade privada do indivíduo são protegidas, que a atividade econômica livre é garantida e que a liberdade política está assegurada.
Afirmam ainda que amplas massas populares exercem direitos políticos e chegam a anunciar a “democracia liberal” como “o princípio e sistema políticos ideais".
No entanto, isso não passa de engano para esconder o caráter reacionário da “democracia liberal”.
A “democracia liberal” é, em essência, a “liberdade” para o forte explorar o fraco e a “democracia” para o forte oprimir o fraco.
É uma “liberdade” na qual apenas uma minoria desfruta de riquezas e glórias enquanto a maioria é condenada à pobreza; é uma “democracia” na qual apenas poucos exercem privilégios enquanto a maioria não pode exercer nenhum direito.
As diversas ideologias, incluindo o “neoliberalismo”, surgidas com base nessa lógica de lei da selva, inevitavelmente concedem à classe capitalista direitos ilimitados de explorar e pilhar as massas trabalhadoras, ao mesmo tempo em que impõem a estas a extrema falta de direitos e a pobreza.
Como resultado, quanto mais lucros os capitalistas obtêm, mais se agrava a situação de miséria das massas do povo trabalhador
Hoje em dia, a disparidade entre ricos e pobres no mundo ultrapassa a imaginação humana.
Segundo dados publicados em 2017 por uma determinada organização internacional, os ativos dos oito indivíduos mais ricos do mundo eram equivalentes aos detidos por quase 4 bilhões de pessoas, e entre 1988 e 2011 a renda do 1% mais rico aumentou 182 vezes.
Em contrapartida, a proporção de riqueza detida pela esmagadora maioria dos pobres no total global de ativos era de apenas 0,2%.
Essa é a realidade produzida pela “democracia liberal”.
Na prática, a “democracia liberal” é uma ferramenta ideológica usada para defender e justificar os atos de exploração e pilhagem do capital.
Quando um cientista político ocidental afirmou que “curiosamente, quanto mais sucesso o liberalismo teve, mais fracassos trouxe”, ele reconheceu, de forma inevitável, a realidade contraditória da sociedade da democracia liberal, onde quanto mais crescem os bolsos dos capitalistas, mais se agrava a pobreza dos trabalhadores e mais se aprofundam as divisões sociais.
Quanto mais prolonga-se a estagnação da economia capitalista e menor se torna a taxa de lucro, mais cruel se torna a exploração da classe trabalhadora pela burguesia, e a polarização entre ricos e pobres atinge níveis extremos.
Isso intensifica o antagonismo entre a classe capitalista e as massas trabalhadoras, aumentando apenas a crise de explosão social.
Todas as ideias que circulam na sociedade capitalista seguem, sem exceção, o extremo individualismo e o mamonismo.
A sociedade capitalista é uma sociedade baseada no individualismo, e a ideia de que “com dinheiro tudo se resolve” se cristalizou na consciência dos membros da sociedade.
Com base nesse terreno social e nessa atmosfera, qualquer ideia capitalista prega que, para o interesse individual, nada deve ser evitado, e que o dinheiro se torna meio de determinar tanto a personalidade quanto a política.
O individualismo e o mamonismo geram diversas doenças sociais, contradições insolúveis e antagonismos.
Assim, na sociedade capitalista, prolifera uma cultura ideológica reacionária que incita discórdia e ódio entre as pessoas, e até surgem sofismas confusos e absurdos, nos quais a substância ideológica muitas vezes não é clara.
Entre os sofismas que alguns cientistas políticos ocidentais consideram como profundas teorias sociológicas, há, por exemplo, a doutrina de assalto que diz: “Dê mais aos ricos para que se tornem mais prósperos. Tire até o que resta aos pobres.”
Há também pseudoteorias, como a chamada “redistribuição de riqueza pela lei da gravidade”, segundo a qual a riqueza concentrada em uma minoria privilegiada acabaria, supostamente, chegando às camadas mais baixas.
Até mesmo a notória “Teoria da População” de Malthus foi adulterada e reapareceu sob o rótulo de “neomalthusianismo”.
Esse veneno ideológico burguês, baseado em individualismo e adoração ao dinheiro, transforma as pessoas em escravas do dinheiro, em feras cruéis que não hesitam diante de nada pelo próprio interesse, e degrada as relações humanas a uma lógica de lei da selva.
Na prática, nos países capitalistas de hoje, todos os problemas que se tornam objeto de debate — polarização extrema da sociedade, crise econômica, conflitos étnicos e religiosos, radicalismo de extrema-direita, crise ambiental — são questões insolúveis pela ideologia capitalista.
Além disso, surgem o chauvinismo, o racismo e o neonazismo, intensificando a crise ideológica e política.
Essas contradições e crises inerentes ao capitalismo são como tumores malignos irreparáveis.
Há alguns anos, relatórios de estudiosos de vários países capitalistas refletiam que a civilização ocidental enfrentava crises cada vez maiores.
Eles afirmaram: “A crise atual não é periódica, mas continua se agravando. Ela não se limita apenas às forças naturais que nos cercam. Essa crise envolve crises sociais, políticas, culturais e morais, a crise da democracia, crises ideológicas e a crise do sistema capitalista.”
Hoje, a ideologia capitalista, devido ao seu caráter reacionário, tornou-se alvo de forte condenação e rejeição pelas forças progressistas da humanidade que aspiram a uma vida justa e independente.
Mesmo em países capitalistas em geral, ressoam com força gritos como “Abaixo o neoliberalismo!”, “Destrua o capitalismo!”.
O mito da “eternidade” do capitalismo foi completamente desfeito.
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