No final de 1907, An Jung Gun exilou-se na região marítima da Sibéria, onde assumiu o comando de uma unidade de Voluntários Justos antijaponeses. Nessa condição, liderou em junho de 1909 um ataque contra a guarnição japonesa em Kyonghung, na província de Hamgyong Norte, com cerca de trezentos combatentes. Seu prestígio cresceu como comandante militar ativo em bases que serviam de refúgio e de ponto de encontro de exilados, como Vladivostok, onde floresciam organizações patrióticas e socialistas coreanas. Nessas frentes, An consolidou sua posição como figura central de uma luta que unia ação armada e formação ideológica.
O feito mais célebre de An Jung Gun ocorreu em 26 de outubro de 1909, quando assassinou Ito Hirobumi, ex-governador-geral da Coreia e arquiteto da ocupação japonesa, na Estação Ferroviária de Harbin. O ato repercutiu em toda a Coreia, Manchúria, Sibéria e entre comunidades coreanas no exterior, tornando-o símbolo da resistência contra o imperialismo japonês. Para muitos, seu gesto demonstrou o fervor dos coreanos, inspirando a juventude a discutir e tomar posição quanto aos métodos de luta — alguns defendendo sua tática de ataque individual, outros advogando pela organização política de massas. Mesmo assim, An foi amplamente reverenciado como herói nacional.
Executado em 26 de março de 1910, An Jung Gun permaneceu como mártir da causa da independência. Seu exemplo foi incorporado à memória coletiva, citado em debates estudantis, nas artes e até em canções populares entoadas por combatentes. Sua figura tornou-se referência inevitável em qualquer discussão sobre o caminho a seguir na luta antijaponesa, seja para legitimar a tática de ações armadas de grupos pequenos, seja para enfatizar a necessidade de mobilização ampla das massas. Mais do que um simples executor de um atentado, ele consolidou-se como modelo de coragem, patriotismo e dignidade, cuja lembrança atravessou gerações, reacendendo continuamente o espírito da resistência nacional.
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