terça-feira, 12 de agosto de 2025

Táticas de confronto imprudentes que minam a paz regional

No final de julho, um assessor do presidente da Rússia afirmou que o Japão, contornando as restrições decorrentes dos resultados da Segunda Guerra Mundial, está aumentando o número de navios porta-aviões, submarinos e equipamentos armados com mísseis, acrescentando que isso demonstra que a tensão geopolítica continuará se intensificando nas águas do norte do Pacífico, criando riscos para toda a região do Extremo Oriente.

Antes disso, o Ministério das Relações Exteriores da Rússia havia expressado forte protesto, afirmando que os exercícios “Resolute Force Pacific” realizados pelos Estados Unidos e pelo Japão em bases militares próximas à fronteira russa no Extremo Oriente representavam uma ameaça potencial à segurança do país e estavam obrigando a Rússia a tomar contramedidas.

Em relação ao Livro Branco da Defesa do Japão para 2025, divulgado pelo Ministério da Defesa japonês, o Ministério das Relações Exteriores da Rússia também condenou o Japão por acelerar a militarização e ampliar a cooperação técnico-militar com países membros da OTAN fora da região, alertando que, caso sejam detectadas ameaças e desafios à segurança da Rússia, especialmente no campo da defesa antimísseis, serão tomadas medidas adicionais.

Trata-se de um alerta repetido ao Japão, que vem participando ativamente da política de confronto anti-Rússia dos Estados Unidos e dos países ocidentais desde o início da crise na Ucrânia.

Atualmente, as relações Rússia–Japão caíram em um estado de extremo congelamento, com praticamente todos os canais de diálogo político e diplomático e as relações de cooperação econômica interrompidos.

Até poucos anos atrás, o Japão se mostrava “entusiasmado” com a diplomacia em direção à Rússia, falando de novas abordagens, cooperação econômica e negociações para um tratado de paz.

No entanto, com o início da crise na Ucrânia, jogou fora a máscara e revelou sua verdadeira intenção.

O Japão, alegando que a situação é um ato de violência que ameaça os alicerces da ordem internacional, que mostrará “o alto preço” a ser pago e que precisa recuperar os “territórios do norte ilegalmente ocupados” pela Rússia, fechou completamente as portas do diálogo político e diplomático.

Impôs sanções a centenas de autoridades do governo e exército russos, assim como a empresários; congelou os ativos de dezenas de instituições financeiras, organizações e empresas; e, mesmo suportando enormes prejuízos para as próprias empresas, rompeu as relações de cooperação econômica e tomou sucessivas medidas de severas sanções econômicas.

Por outro lado, reforçou de forma sem precedentes a cooperação econômico-militar com a Ucrânia, decidindo fornecer a maior quantia de recursos financeiros e equipamentos técnico-militares de sua história. Chegou até a alterar o princípio de proibição de exportação de armas e, por meio de um método engenhoso via Estados Unidos, decidiu fornecer até mesmo mísseis interceptadores Patriot.

E não para por aí.

Ao fortalecer ainda mais a sua aliança militar com os Estados Unidos, o Japão trama posicionar mísseis estadunidenses de médio alcance em regiões vizinhas à Rússia e planeja um compartilhamento nuclear com as forças nucleares dos EUA. Além disso, tenta atrair países membros da OTAN para realizar diversos exercícios militares conjuntos.

Ainda neste mês, o Japão realizou treinamentos conjuntos no Pacífico Ocidental com cinco países ocidentais — Estados Unidos, Reino Unido, Austrália, Espanha, entre outros. O destróier porta-helicópteros Kaga, convertido em porta-aviões, participou de exercícios antissubmarino com o porta-aviões nuclear estadunidense USS George Washington e o porta-aviões britânico HMS Prince of Wales.

O Japão está se aliando ativamente à astuta estratégia dos Estados Unidos e dos países ocidentais, que buscam pressionar a Rússia não apenas pela Europa, mas também pelo Pacífico.

A Rússia está respondendo de forma firme a essa situação.

No passado, para enfrentar a expansão da OTAN, a Rússia concentrou-se em fortalecer sua barreira de segurança no oeste.

Entretanto, nos últimos anos, a coalizão liderada pelos Estados Unidos e Japão, que busca hegemonia na região do Indo-Pacífico, tem criado ameaças concretas ao desenvolvimento energético e à segurança marítima da Rússia.

Em resposta, a Rússia tem aumentado sua presença militar comercial e estratégica na região, restaurando linha por linha a defesa costeira conjunta da época soviética e ampliando sua capacidade.

No fim das contas, a ação desenfreada do Japão adiciona um fator de agravamento à situação regional, representando uma séria ameaça à paz.

Jang Chol

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