sábado, 23 de agosto de 2025

Shi Zhong-heng

Shi Zhong-heng (1906-1936), que começara a vida como um jovem guardador de porcos aos nove anos, encontrou no exército o único caminho de sobrevivência. Serviu sob Wang De-lin no exército de campo de Jilin e, após o Incidente de 18 de Setembro, ingressou no Exército de Salvação Nacional, galgando posições de comandante de pelotão, companhia e regimento, até se tornar general de brigada. Soldado de origem humilde, apreciava a luta e era conhecido por sua coragem franca e disposição aberta, qualidades que logo chamaram a atenção dos guerrilheiros coreanos.

No período das negociações e operações conjuntas em Luozigou, Shi Zhong-heng destacou-se como aliado leal. Admirava a disciplina e o tratamento humano do exército guerrilheiro do General Kim Il Sung, chegando a ordenar a seus homens que seguissem aquele exemplo. Durante a marcha rumo a Dongning, buscava sempre acampar próximo às tropas guerrilheiras, reforçando laços que ultrapassavam fronteiras nacionais. Ferido gravemente em combate, foi abandonado por seus próprios subordinados, mas salvo pelos guerrilheiros. Ao recobrar a consciência, declarou que sua vida havia renascido naquele dia graças ao resgate, considerando o General Kim como um irmão de sangue.

A relação forjada no campo de batalha transformou-se em amizade profunda. Shi aceitou a influência comunista, juntou-se ao Partido e assumiu o comando da 2ª Divisão Independente do Exército Popular Revolucionário. Nessa posição, sua bravura no ataque frontal com uma pistola Mauser em punho inspirava seus homens, que o consideravam o mais destemido dos comandantes. Sua reputação se espalhou também entre outras unidades nacionalistas, levando muitos soldados a desertarem de seus antigos regimentos para se alistarem sob seu comando.

Nos anos seguintes, Shi Zhong-heng participou ativamente das operações conjuntas contra os japoneses em Manchúria, em locais como Luozigou, consolidando a frente unida entre comunistas coreanos e nacionalistas chineses. Contudo, após 1934, o movimento nacionalista começou a declinar, com unidades inteiras se dissolvendo, rendendo-se ou degenerando em banditismo. Shi, entretanto, manteve-se firme em sua nova identidade comunista, simbolizando a transição de muitos que, como ele, abandonaram antigas lealdades para se integrar ao esforço revolucionário mais amplo contra o imperialismo japonês.

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