Kim Rak Chon foi um quadro militar antijaponês próximo do General Kim Il Sung e atuou como comissário político regimental no Exército Revolucionário Popular da Coreia. Seu regimento, conhecido como “Exército Vermelho Koryo” pela elevada eficiência combativa, era formado por destacamentos vindos das zonas guerrilheiras de Yanji, Wangqing e Helong, no leste da Manchúria. Entre seus integrantes estavam figuras como Kwon Yong Byok, Kim Ju Hyon, O Jung Hup e Kim Phyong, todos treinados diretamente pelo General. Após a morte do comandante Yun Chang Bom, Kim Rak Chon chegou a assumir interinamente o comando do Regimento Independente, demonstrando firmeza tanto no combate como no cuidado com os combatentes mais jovens, a ponto de instruir a confecção de roupas para os membros do Corpo Infantil com tecidos guardados pelo departamento de abastecimento.
Entretanto, em meio ao ambiente de desconfiança e repressão provocado pelos casos forjados de “Minsaengdan”, Kim Rak Chon foi falsamente acusado de conspiração apenas por demonstrar compaixão às crianças famintas e malvestidas. Essa suspeita o levou à execução, revelando a crueldade de uma atmosfera em que até a bondade era considerada crime. Sua morte deixou uma marca profunda entre os guerrilheiros, que viam nele um revolucionário de caráter íntegro, capaz de suportar privações desde a infância — quando, junto à irmã, sobreviveu à fome à base de raízes e cascas de árvores — até entregar-se de corpo e alma à luta armada. O martírio de Kim Rak Chon tornou-se exemplo doloroso de como a lealdade e a humanidade podiam ser sufocadas pela injustiça, mas também reforçou o espírito indomável dos jovens combatentes que seguiram marchando na revolução.

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