Altas figuras de Israel afirmam abertamente que não interromperão as ações militares até exterminar o Hamas. Analistas concordam que o conflito poderá se prolongar por muito tempo. Atualmente, a situação em Gaza não mostra sinais de alívio.
Após o início do confronto armado entre Hamas e Israel, em outubro de 2023, a guerra se espalhou para vários países, evoluindo para uma crise regional. Em abril do ano passado, Israel realizou um ataque aéreo contra a embaixada do Irã na Síria, destruindo o edifício consular e matando várias pessoas. Em julho, assassinou o chefe do bureau político do Hamas que se encontrava no Irã. O Irã, por sua vez, lançou um ataque em larga escala com drones e mísseis contra Israel. Depois disso, Israel atacou o Hezbollah no Líbano, invadiu o sul do país e matou inúmeros civis.
No início deste ano, mobilizou mais de 200 caças para, em um ataque surpresa, destruir alvos militares e importantes instalações energéticas em Teerã e outras regiões do Irã, assassinando altos oficiais militares do país.
À medida que as chamas da guerra se espalham por todo o Oriente Médio, os moradores da Faixa de Gaza mergulham em uma crise humanitária cada vez mais grave. O exército israelense, falando em “eliminação total do Hamas”, intensifica o massacre impiedoso contra civis em Gaza. Muitos palestinos fogem desesperadamente de sua terra natal para escapar disso, mas o exército israelense os persegue e mata.
Com a caçada humana incessante do exército israelense, o número de palestinos mortos já ultrapassa 61 mil, a maioria mulheres e crianças.
Os sobreviventes estão sendo forçados a se deslocar. Na Faixa de Gaza, cerca de 2 milhões de pessoas — número próximo ao total da população — tornaram-se refugiados. Eles sofrem com fome extrema e sobrevivem apenas com a ajuda humanitária, incapazes de retornar às suas casas.
Há pouco tempo, o porta-voz do governo iraquiano declarou em comunicado: “A cena trágica de crianças famintas fazendo fila por um pouco de comida, o amontoado de mulheres e homens ao redor dos poucos caminhões de ajuda humanitária, e a imagem de pessoas desfalecendo naquele lugar, que agora se tornou uma armadilha mortal pelas forças de ocupação, refletem práticas chocantes e imorais.”
O exército israelense chega a mirar e atirar até mesmo em crianças e mulheres inocentes que aguardam por ajuda humanitária, além de realizar bombardeios e ataques de artilharia contra elas.
Uma mulher refugiada de Gaza desabafou: “Estamos vivendo noites exaustivas, as crianças não conseguem dormir por causa do medo. Elas não podem brincar, pois precisam buscar água e receber os alimentos dados por organizações de caridade. Mesmo que a paz seja alcançada e possamos voltar para casa, nossas casas foram destruídas por bombardeios e não existirão mais, por isso não temos outra opção senão viver como refugiados.”
O exército israelense continua até agora o cerco e os ataques contra os refugiados de Gaza, impedindo que a ajuda humanitária chegue até eles, o que agrava ainda mais a crise de fome.
O problema é que a paz tão desejada pelos palestinos tornou-se algo distante e incerto.
De fato, desde o início da crise em Gaza, diversas votações de resoluções exigindo um cessar-fogo imediato foram realizadas na Assembleia Geral e no Conselho de Segurança da ONU. No entanto, tudo acabou em nada, devido à postura hipócrita do Ocidente, que, enquanto em palavras expressa preocupação com a segurança dos civis em Gaza e com a situação humanitária, bem como fala em proteger mulheres e crianças, na prática invoca o “direito de autodefesa” de Israel, fornece-lhe equipamentos de extermínio e estimula o confronto.
Graças à mediação de vários países, houve diversas rodadas de negociações entre o Hamas e Israel, mas todas terminaram fracassando devido à inalterada ambição israelense de expansão territorial. O ministro da Defesa de Israel afirma que as operações devem continuar até alcançar a “vitória completa” na guerra de Gaza, enquanto ministros do gabinete declaram de forma ainda mais aberta que devem reconstruir os assentamentos judaicos na Faixa de Gaza que haviam sido removidos em 2005. O objetivo é tornar Gaza para sempre sua posse.
Muitos países afirmam que é preciso reconhecer o Estado palestino, mas Israel declara que não permitirá sua criação.
A crise em Gaza realmente traz muitas lições. A principal é que a paz não se concretiza apenas por desejá-la.
Os palestinos há muito almejam um Estado independente com paz garantida, mas infelizmente não possuem a força para alcançá-lo. Por isso, muitos perderam a vida diante dos invasores. Paz não se conquista apenas erguendo os punhos e expressando indignação. Para proteger o destino do povo, é preciso ter a própria força justa. Essa é uma das lições que a situação no Oriente Médio deixa para a humanidade.
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