Dos 15 membros permanentes e não permanentes do Conselho de Segurança, apenas os Estados Unidos votaram contra a resolução. O motivo alegado foi a ausência de referências às exigências de Israel.
A última vez que os Estados Unidos exerceram seu direito de veto sobre uma resolução relacionada à Faixa de Gaza no Conselho de Segurança da ONU havia sido em novembro do ano passado, durante o governo Biden. Na ocasião, os EUA alegaram, de forma absurda, que a exigência de cessar-fogo presente na resolução não estava diretamente vinculada às exigências de Israel. Desta vez, novamente alegaram que a resolução poderia enfraquecer a segurança de seu aliado próximo, Israel, e que prejudicaria os “esforços diplomáticos para alcançar o cessar-fogo”.
Embora já fosse previsível, a atitude dos EUA — que continuam protegendo seu aliado submisso mesmo diante das cenas horrendas que dilaceram os olhos do mundo em Gaza — revela de forma escancarada que este país perdeu totalmente o direito de falar em paz mundial, segurança ou direitos humanos, sendo, de fato, um país que comete crimes contra a humanidade.
O bloqueio e a agressão militar contra a Faixa de Gaza e a Cisjordânia, a construção de assentamentos judaicos e todas as tensões causadas por Israel na região são frutos da proteção política e do apoio militar dos EUA.
Os Estados Unidos, enquanto declaram publicamente estar comprometidos com a paz no Oriente Médio, na prática incitam Israel e mergulham a região na instabilidade, colhendo lucros dessa situação caótica.
São os Estados Unidos que invocam o “direito de autodefesa” de Israel para justificar atos desumanos, protegendo e incentivando essas ações. Além disso, foram os EUA que, várias vezes, usaram o veto em resoluções do Conselho de Segurança da ONU que exigiam cessar-fogo imediato. Também foram os EUA que forneceram equipamentos letais avançados aos seus capangas e convidaram um criminoso de guerra ao Congresso, aplaudindo-o.
Israel não pode travar guerra sem os Estados Unidos. São os próprios altos políticos israelenses que confessam isso.
Em fevereiro passado, a administração dos EUA anunciou novamente a retirada do Conselho de Direitos Humanos da ONU, alegando que o órgão “trata os EUA e Israel com preconceito”.
Esse ato insano está na mesma linha. A comunidade internacional condena fortemente esses Estados Unidos.
O Ministério das Relações Exteriores da Rússia criticou Washington por ter perdido mais uma oportunidade de deter o terrível derramamento de sangue e fome na Faixa de Gaza, que causou cerca de 55 mil mortos e 125 mil feridos entre os palestinos.
O representante russo na ONU destacou que essa votação deu uma chance de distinguir claramente quem realmente deseja a paz na Faixa de Gaza e quem quer continuar com enganações políticas.
O representante chinês na ONU afirmou que a resolução reflete a demanda mais urgente dos habitantes da Faixa de Gaza, que lutam em meio à morte e ao desespero, assim como a voz esmagadora da comunidade internacional, e criticou os EUA por terem mais uma vez usado o veto, lançando os palestinos cruelmente na escuridão.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã declarou em comunicado que o veto dos EUA à aprovação da resolução demonstra que eles estão envolvidos nos crimes de Israel. Ele afirmou que, ao longo de décadas, os EUA fortaleceram a impunidade de Israel usando o veto em várias resoluções do Conselho de Segurança da ONU, e criticou esse país por ignorar descaradamente as demandas da comunidade internacional e dos povos da Ásia Ocidental para acabar com os atos de massacre.
O representante do Paquistão na ONU também afirmou que o uso do veto pelos EUA será lembrado como conivência e um sinal verde para o massacre contínuo. Ele lamentou que, apesar do mundo esperar uma ação, o Conselho de Segurança da ONU mais uma vez não conseguiu cumprir sua responsabilidade devido a um único membro.
A política deminacionista dos EUA no Oriente Médio é a principal causa da crise em Gaza. É natural que os EUA, que desavergonhadamente empunham a bandeira do padrão duplo vergonhoso e tendencioso e defendem obstinadamente seus capangas sanguinários, recebam a repúdio e condenação da comunidade internacional.
Ho Yong Min
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