domingo, 15 de junho de 2025

Liquidar o passado ao encarar corretamente a história é a inescapável responsabilidade moral do Japão e o dever estipulado pelo Direito Internacional

Declaração do diretor do Instituto de Pesquisa sobre o Japão do MRE da RPDC

Aproxima-se o dia histórico em que se completa o 80º aniversário da declaração de rendição incondicional do imperialismo japonês, que havia invadido o continente asiático e imposto aos povos dos países da região calamidades e desgraças jamais vistas.

Segundo informações recentes da imprensa, multiplicam-se no Japão as discussões em torno da declaração do primeiro-ministro sobre a guerra de agressão passada, que será publicada por ocasião do 80º aniversário da derrota do país insular.

Entidades e personalidades conscientes exigem do governo que esclareça sua posição quanto ao pedido de desculpas neste momento historicamente importante, enquanto os políticos conservadores de extrema-direita negam essa responsabilidade, alegando absurdamente que a "diplomacia do pedido de desculpas" teve um ponto final com a declaração de Abe, publicada no 70º aniversário do fim da guerra.

O inegável é que o atual primeiro-ministro japonês adota uma postura ambígua, tentando se esquivar da responsabilidade com a publicação de uma opinião individual após a "verificação" sobre a Segunda Guerra Mundial.

A chamada "verificação" de que fala o Japão não é a apuração dos crimes cometidos na guerra de agressão passada, mas sim uma investigação sobre questões irrelevantes, como o suposto fracasso do governo da época em impedir os abusos da casta militar e a trajetória que levou às perdas civis ao se envolver em um conflito imprudente.

Durante o debate parlamentar sobre o tema, o primeiro-ministro afirmou que, sob a constituição vigente, é problemático o controle civil que proíbe a presença do "oficial das forças de autodefesa" no parlamento — fato que revela a intenção maliciosa de promover a legalização das "Forças de Autodefesa" por meio da "verificação da guerra".

Aos olhos da sociedade internacional, o Japão tenta ignorar o 80º aniversário de sua derrota, lançando absurdos como "fim da diplomacia de desculpas", "verificação da guerra" e "trajetória de Estado pacífico". Isso constitui uma zombaria imperdoável aos povos da RPDC e de outros países asiáticos que sofreram feridas incuráveis causadas pelos imperialistas japoneses, além de ser um desafio aberto à justiça e à consciência internacionais.

Ainda que estejam registradas nas páginas da história as trajetórias dos países criminosos que destruíram impiedosamente a paz e a civilização da humanidade, tratando como diversão a invasão de outros países e nações, o Japão é o único país que continua sendo alvo de censura mundial por sua obstinada deturpação da história e evasão na hora de liquidar seu passado.

A declaração de Abe, que as forças conservadoras de direita qualificam como "obra de balanço da história agressiva do passado", não expressa um reconhecimento e pedido de desculpas sinceros pelos crimes cometidos, mas está repleta de sofismas descarados, como a afirmação de que não se deve impor às gerações futuras a obrigação de continuar pedindo desculpas, nem pedir mais perdão pela história de invasão.

Embora muito tempo tenha se passado, o povo coreano ainda guarda na memória os crimes hediondos do imperialismo japonês, que ocupou militarmente o território coreano e impôs danos imensos — humanos, materiais, espirituais e culturais — ao longo de mais de quatro décadas de dominação fascista colonial.

Os imperialistas japoneses exterminaram mais de um milhão de coreanos, sequestraram e prenderam à força mais de 8 milhões e 400 mil para mobilizá-los na guerra de agressão e no trabalho forçado, e transformaram 200 mil mulheres coreanas em escravas sexuais do exército japonês — crimes monstruosos e antiéticos sem precedentes.

Sob o pretexto de "mesma cepa e mesma raiz" e do "mesmo tronco entre Japão e Coreia", os japoneses se empenharam desesperadamente em arrancar dos coreanos seus nomes, sobrenomes e idioma, com o objetivo de apagar para sempre do mapa a nação coreana, que possui uma história milenar e uma cultura resplandecente. Saquearam e destruíram sem hesitação os preciosos patrimônios culturais, além de explorarem amplamente os recursos naturais do país.

Durante 80 anos desde sua derrota, o país insular violou gravemente os direitos à soberania, ao desenvolvimento e à subsistência do nosso país, recusando-se obstinadamente a pedir desculpas e a indenizar pelos crimes cometidos contra o nosso povo, mantendo invariavelmente sua política hostil à RPDC e prejudicando os direitos nacionais dos coreanos residentes no Japão — descendentes de recrutados à força —, acumulando assim ainda mais delitos.

Certa vez, um meio de imprensa japonês revelou que os documentos que expõem as atrocidades do imperialismo japonês cometidas na Coreia e em outros países asiáticos alcançam 20 mil metros de altura. Os dados referentes à guerra bacteriológica da famigerada Unidade 731, entre outras provas irrefutáveis, trazem à tona os crimes antiéticos do imperialismo japonês.

A história não pode ser apagada nem queimada.

Por mais que o Japão se esforce em apagar seus crimes passados valendo-se de todo tipo de maquiavelismo e tente se livrar de sua responsabilidade, a história de agressor e país criminoso permanecerá registrada para sempre, e seus crimes monstruosos e antiéticos não prescrevem.

Liquidar o passado ao encarar corretamente a história, por ocasião do 80º aniversário de sua derrota — data que remete ao histórico sangrento do imperialismo japonês —, é a inescapável responsabilidade moral do Japão, país delinquente, perante a época e a humanidade, bem como um dever estipulado pelo direito internacional.

Nenhum comentário:

Postar um comentário