No dia 25 de junho de 1950, o imperialismo estadunidense, obcecado pelo domínio mundial, impôs uma guerra cruel ao nosso povo. Nossa jovem República, com apenas dois anos de existência, teve que enfrentar durante três anos uma feroz batalha contra as forças imperialistas unidas.
Esta guerra trouxe ao nosso povo sofrimentos e infortúnios incalculáveis, enormes perdas humanas e materiais, deixando feridas que nunca cicatrizariam. Os imperialistas estadunidenses mobilizaram cerca de 2 milhões de soldados, incluindo um terço de seu exército terrestre, um quinto da força aérea, a maior parte da frota do Pacífico e tropas de países aliados, além de gastar mais de 20 bilhões de dólares em custos militares. Desperdiçaram mais de 73 milhões de toneladas de suprimentos militares, equivalentes a 11 vezes os recursos consumidos na Guerra do Pacífico.
A guerra entre nosso país e os Estados Unidos foi algo inimaginável, impossível até de comparar em termos numéricos ou técnicos.
Um jornalista soviético que cobriu a Guerra da Coreia afirmou que, se a Segunda Guerra Mundial foi um conflito entre grandes exércitos e grandes forças aliadas, a Guerra da Coreia foi um confronto fora do comum entre o exército que sonha com a dominação mundial e um exército recém-nascido, entre uma coalizão e um único país pequeno.
Nesta guerra desproporcional e sem precedentes na história das guerras mundiais, nosso exército e povo derrotaram os imperialistas estadunidenses, que se vangloriavam de serem os "mais fortes" do mundo, protegendo a dignidade e soberania da pátria e, com sangue, defendendo a paz e segurança mundiais e o futuro da humanidade.
A Guerra da Coreia mostrou claramente quem são os defensores da paz e quem são os destruidores da paz. Os imperialistas estadunidenses ficaram claramente marcados no mundo como os verdadeiros culpados da agressão.
Durante a Segunda Guerra Mundial e também depois, os imperialistas estadunidenses se apresentaram como "libertadores" e "defensores da paz". Eles criaram a opinião pública como se tivessem derrotado a Alemanha fascista e o Japão militarista, salvando a paz do planeta e a civilização humana.
No entanto, a Guerra da Coreia revelou ao mundo que os imperialistas estadunidenses não são mensageiros da paz, mas sim os invasores mais cruéis, inimigos da paz, bestas de duas patas.
Desde sua formação, os Estados Unidos foram invasores, destruidores da paz e feras sedentas de sangue. Segundo documentos públicos, desde sua fundação até antes da Primeira Guerra Mundial, os Estados Unidos travaram 114 guerras de invasão e realizaram cerca de 8.900 intervenções militares. Em outras palavras, a guerra criou os Estados Unidos e os Estados Unidos existiram através da guerra.
Muitos países e povos foram forçados a uma existência escrava sob o domínio das armas dos imperialistas estadunidenses. Crescendo à custa do sangue e sofrimento de outros, os Estados Unidos emergiram como a principal potência imperialista e, com a provocação da Guerra da Coreia, começaram seu caminho para a dominação mundial.
Os imperialistas estadunidenses, que nunca tinham conhecido uma derrota em guerras de invasão, prometeram dominar nosso país rapidamente e incendiaram a guerra. Esse foi o primeiro passo para expandir seu domínio por toda a Península Coreana e, posteriormente, iniciar a Terceira Guerra Mundial para dominar o mundo.
Eles tentaram destruir o ambiente pacífico criado em nossa República, na China, na União Soviética e em outros países, planejando colocar o mundo sob seu controle.
O foco principal desse plano era nosso país, que avançava vigorosamente no caminho do desenvolvimento democrático, liderando os países recém-independentes.
No livro estadunidense "História Secreta da Guerra da Coreia" há um trecho que diz o seguinte.
"A Coreia esteve por séculos em uma rota estratégica. Para os japoneses, a Coreia era a arma apontada da Ásia continental para o Japão; para os chineses, um ponto de apoio histórico da invasão japonesa à China; para os estadunidenses, a parte mais importante da 'contenção' para eliminar a expansão do comunismo."
Os imperialistas estadunidenses valorizavam muito a posição geopolítica da Península Coreana e, desde o início da guerra, planejavam expandi-la para um novo conflito mundial.
O comandante das Forças dos EUA no Extremo Oriente, MacArthur, afirmou: "Sempre reconheci a Coreia como uma base militar avançada de valor infinito." Ele disse também: "Ao conquistar toda a Coreia, poderemos destruir a única linha de abastecimento que liga a Sibéria soviética ao sul, e controlar toda a região entre Vladivostok e Singapura. Neste momento, não haverá lugar onde nosso poder não alcance." Isso comprova claramente as intenções dos imperialistas estadunidenses.
Entre 1948 e o início de 1950, os imperialistas estadunidenses elaboraram os chamados "Planos A, B e C". A primeira fase previa a guerra de invasão à Coreia, a segunda a expansão do conflito para a Manchúria chinesa, e a última fase a invasão da União Soviética.
Os imperialistas estadunidenses não pouparam meios para alcançar seus objetivos.
O presidente Truman declarou uma ameaça nuclear, incluindo o uso da bomba atômica na Guerra da Coreia, e declarou "estado de emergência nacional" para preparar e acelerar a Terceira Guerra Mundial. Eisenhower revisou três vezes planos para lançar entre 30 e 50 bombas atômicas na nossa República e na região nordeste da China.
Esses fatos revelam que os Estados Unidos, após a Segunda Guerra Mundial, obstruíram o desenvolvimento pacífico dos países soberanos, provocaram a Guerra da Coreia com a ambição de dominar o mundo e não hesitaram em tentar usar armas nucleares.
Os imperialistas estadunidenses diziam que a Coreia era o campo de batalha do qual poderia depender todo o sucesso dos Estados Unidos na Ásia e, com isso, invadiram nosso país, que trilhava o caminho do progresso e do desenvolvimento, destruindo e saqueando tudo indiscriminadamente.
Em nossa pátria, onde antes ecoavam apenas cantos de paz, os estrondos da guerra não cessaram, e nosso povo teve que suportar infindáveis infortúnios e sofrimentos.
Na Guerra da Coreia, os imperialistas estadunidenses revelaram sem disfarces sua natureza assassina e destruidora.
Os invasores, dizendo: “...Mesmo que diante de você esteja uma criança ou um idoso, suas mãos não devem tremer. Mate-os! Só assim vocês poderão salvar a si mesmos da destruição e cumprir seu dever como soldados das ‘forças da ONU’”, cometeram toda sorte de atrocidades repugnantes.
Por onde passavam, não se satisfaziam em apenas atirar, espancar e queimar até a morte inocentes civis, mas os massacravam de forma brutal, com métodos tão bárbaros e medievais que não podem ser descritos nem com palavras.
Dizendo que mãe e filho juntos eram felizes demais, arrancavam as crianças dos braços das mães, despejavam gasolina sobre os pequenos que choravam de fome e os queimavam vivos — eram os monstros assassinos estadunidenses que faziam isso.
Eles chegaram a lançar impiedosamente bombas bacteriológicas e químicas, armas absolutamente proibidas no mundo inteiro, sobre a cabeça do povo inocente.
Por causa dessas ações repugnantes, os povos do mundo clamaram em desespero: “Essa guerra se voltou contra a própria vida.”
Os imperialistas estadunidenses reduziram nossa República a ruínas por meio de bombardeios indiscriminados.
Clark, o então comandante das “forças da ONU” no fim da Guerra da Coreia, alardeou que iria “eliminar por completo 78 cidades do mapa para que nada ficasse em pé na Coreia”, ordenando a execução dessa operação de extermínio.
Somente na cidade de Pyongyang, lançaram mais de 428 mil bombas — número superior ao da própria população —, transformando-a num amontoado de ruínas onde não restou um único edifício intacto.
Durante toda a guerra, a força aérea realizou 800 mil ataques e a marinha, incluindo sua aviação naval, mais de 250 mil, lançando uma quantidade de bombas equivalente a 3,7 vezes a lançada sobre o território japonês durante a Guerra do Pacífico, cometendo, assim, uma atrocidade de bombardeio indiscriminado que lançou em média 18 bombas por quilômetro quadrado.
Por causa disso, todas as residências, instalações culturais e de saúde, e fábricas foram reduzidas a cinzas.
Devido aos crimes bárbaros dos imperialistas estadunidenses, durante todo o período da guerra, mais de um milhão de civis inocentes e pacíficos perderam a vida em nossa República.
A Guerra da Coreia foi uma luta de vida ou morte entre os justos defensores da paz e os cruéis invasores, assassinos e destruidores.
Nosso exército e povo, demonstrando um patriotismo sublime, heroísmo coletivo e coragem incomparável, lutaram até a morte, fazendo os invasores se ajoelharem, dissipando a cada momento a iminente ameaça de guerra nuclear e salvaguardando o ambiente pacífico de desenvolvimento do mundo.
Alguns analistas militares disseram que a Primeira Guerra Mundial envolveu 38 países, causou perdas de 400 bilhões de dólares e resultou em 10 milhões de mortos, enquanto a Segunda Guerra Mundial contou com a participação de 72 países, provocou perdas de 4 trilhões de dólares e levou à morte de 50 milhões de pessoas — e que uma terceira guerra mundial seria uma catástrofe global de proporções assustadoras.
Segundo um meio de comunicação estrangeiro, Truman, a partir da Guerra da Coreia, planejou atingir com armas nucleares a RPDC, a China e a União Soviética, exterminando 700 milhões de pessoas.
Sempre que os EUA sofriam golpes severos na guerra, agitavam ultimatos de “uso imediato da bomba atômica” na tentativa desesperada de escapar do pântano da derrota. Mas nosso povo e os oficiais e soldados do Exército Popular não se assustaram nem se renderam a essas ameaças.
Com a grandiosa vitória, fizemos os EUA amargarem a derrota e quebramos o ímpeto dos fanáticos da guerra.
O império estadunidense, que ostentava o mito da “potência invencível” como se fosse uma coroa de ouro, foi levado a içar a bandeira branca e a entrar no caminho de declínio — mergulhando num destino miserável.
Os imperialistas estadunidenses sofreram na Guerra da Coreia perdas militares equivalentes a cerca de 2,3 vezes as que tiveram na Guerra do Pacífico.
Se não tivesse havido a vitória da Coreia, o que teria acontecido? Provavelmente, o mundo teria sido assolado por um desastre nuclear.
Antes mesmo que as cinzas da Segunda Guerra Mundial fossem dissipadas, uma nova chuva de fogo teria caído sobre a cabeça da humanidade.
O significado de nossa vitória, que impediu antecipadamente uma guerra nuclear mundial e protegeu a paz, é verdadeiramente imenso.
A história gravará com letras douradas a contribuição imortal e os feitos da Coreia heroica na defesa da paz mundial, e os transmitirá eternamente.
Ri Hak Nam
Nenhum comentário:
Postar um comentário