No início deste mês, o Ministério da Defesa do Japão anunciou que iniciou o desenvolvimento de novos mísseis de longo alcance com orientação de precisão, com o objetivo de concluir o desenvolvimento até 2032, firmando um contrato com empresas de defesa. Foi declarado publicamente que esses mísseis seriam meios para atacar alvos militares em territórios de outros países, como bases de mísseis.
Este plano é distinto das outras medidas de ataque preventivo que o Japão já está acelerando em termos de desenvolvimento e introdução de armas.
A melhoria do desempenho do míssil antinavio tipo 12, que já está em posse das forças terrestres, aumentando seu alcance para cerca de 1.000 km, e o desenvolvimento de mísseis hipersônicos, como o míssil de manobra de alta velocidade, já passaram pela fase de testes.
Além disso, o Japão está acelerando o desenvolvimento de mísseis de longo alcance lançados de submarinos e, recentemente, divulgou pesquisas sobre o desenvolvimento de novos mísseis balísticos com alcance de até 3.000 km.
Para piorar a situação, o Japão obteve autorização para adquirir mísseis de médio alcance e mísseis de cruzeiro de longo alcance lançados de aviões dos Estados Unidos, no valor de bilhões de dólares, e está se apressando para implementar centenas de mísseis de cruzeiro "Tomahawk" em suas forças armadas.
No ano passado, o Japão adquiriu equipamentos de reabastecimento aéreo e outros equipamentos relacionados, no valor de 4,1 bilhões de dólares dos Estados Unidos. Recentemente, durante a visita do Secretário de Defesa dos EUA ao Japão, foi firmada uma parceria oficial para a produção conjunta do míssil ar-ar "AIM-120". Essas ações indicam uma perigosa tendência de militarização, com o Japão concentrando seus esforços na preparação para um ataque preventivo.
Desde há muito tempo, o Japão tem minado as barreiras de seu autoimposto bloqueio de rearmamento, concentrando-se intensamente em adquirir essa capacidade. Após sua derrota na Segunda Guerra Mundial, o Japão formou forças como a Guarda de Segurança, a Guarda Costeira e a Agência de Segurança com os remanescentes das forças militares do Japão Imperial, e, durante a Guerra da Coreia, os Estados Unidos envolveram o Japão diretamente no conflito sob o disfarce de forças de "autodefesa". Pouco tempo depois, o Japão reconstituiria suas forças armadas regulares sob o nome de "Forças de Autodefesa".
Em 1956, o governo japonês emitiu uma declaração dizendo "não acreditar que a intenção da constituição seja esperar pacificamente pela autodestruição". Essa declaração veio apenas dois anos após a criação das "Forças de Autodefesa", e mostrou de forma clara que o objetivo original do Japão ao reconstituir suas forças armadas era garantir a capacidade de um ataque preventivo.
Quando, no final de 2022, as autoridades japonesas usaram o termo "capacidade de contra-ataque" em sua estratégia de segurança nacional e defesa, isso não foi uma coincidência. Essa retórica remonta àquela mesma declaração governamental de há mais de 60 anos, comprovando que o Japão sempre buscou, desde sua reconstituição militar, obter uma capacidade de ataque preventivo.
Embora, em algum momento, as autoridades japonesas tenham argumentado contra a posse de armas capazes de atacar outros países, citando uma alegada "ameaça fictícia" de ataques de mísseis e alegando que isso violaria a intenção da constituição, tudo isso não passava de uma cortina de fumaça.
Sob a fachada enganosa da "defesa exclusiva", o alcance operacional das forças terrestres, navais e aéreas do Japão e sua capacidade de ataque preventivo ultrapassaram amplamente as áreas vizinhas. A obsessão do Japão por garantir a capacidade de ataque preventivo é como um indicativo flagrante de sua intenção de recomeçar a agressão.
Essa atitude imprudente do Japão é uma ação ousada que prejudica seu próprio futuro. Ao não refletir adequadamente sobre os crimes de guerra do passado e, ao invés disso, resgatar o espírito de agressão, o Japão se torna uma ameaça à paz regional, que naturalmente se torna um alvo comum para os países vizinhos.
Jang Chol
Nenhum comentário:
Postar um comentário